Viver com Diabetes – posso ter uma vida normal?

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A diabetes mellitus é uma doença crónica que se caracteriza por aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. A sua prevalência tem vindo a aumentar de forma muito significativa, estimando-se que, em Portugal, cerca de 13% da população com idade compreendida entre os 20 e os 79 anos seja diabética, o que significa que há, no nosso país, mais de 1 milhão de indivíduos com diabetes, dos quais cerca de metade estão por diagnosticar.

Como qualquer doença crónica, o diagnóstico de diabetes pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do indivíduo, tanto por fatores relacionados com a saúde física, mas também psíquica /psicológica. A diabetes, em particular, associa-se a muitos mitos que podem ter um impacto negativo no doente, mas é importante perceber que esta doença não é, nem deve ser, um motivo para que o indivíduo não possa ter uma vida longa e dita “normal”.

Em primeiro lugar, este diagnóstico não implica uma dieta específica, genericamente restritiva, ou constituída por alimentos / produtos “próprios para diabéticos”. Na verdade, um indivíduo com diabetes deverá idealmente ter um plano alimentar individualizado à idade, sexo, peso, atividade física, tipo de medicação antidiabética que toma e doenças coexistentes, entre outros fatores. Uma dieta equilibrada e variada deve ser praticada por todos, diabéticos e não diabéticos! A chamada dieta mediterrânica parece ter um impacto positivo em doenças como a obesidade e a diabetes, e conta com algumas das suas principais caracteristicas: consumo elevado de alimentos de origem vegetal (cereais pouco refinados, produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e frescas e frutos secos e oleoginosos); utilização do azeite como principal gordura; consumo frequente de pescado; consumo baixo e pouco frequente de carnes vermelhas; o consumo de água como a bebida de eleição e baixo e moderado consumo de vinho a acompanhar as refeições principais. O consumo de produtos com açúcar adicionado (nomeadamente bebidas açucaradas) deve ser evitado (por todos nós, quer tenhamos ou não diagnóstico de diabetes!).

A atividade física deve ser encorajada no indivíduo com diabetes, e tem sido demonstrado que a prática regular de exercício físico tem um impacto positivo quer no controlo da doença, quer na qualidade de vida do doente. A atividade física deve ser ajustada ao tipo de doente e, em determinados casos, a alimentação e medicação (nomeadamente insulina) podem ter que ser ajustados à atividade física.

A necessidade de administração de insulina por alguns doentes diabéticos, pelo facto de ser injetável, de obrigar a algumas condições de acondicionamento e pelo medo de que provoque baixas de açúcar (hipoglicemias), e/ou a necessidade de controlo frequente dos níveis de açúcar no sangue por parte de certos doentes podem também ter um impacto negativo, mas  não devem limitar as atividades diárias, pessoais, profissionais ou de lazer (nomeadamente viagens, de avião ou outras) destes indivíduos. Importa salientar que os dispositivos de administração atuais de insulina (“canetas de insulina”) e os aparelhos de medição dos níveis de açúcar (glicómetros) são extremamente “portáteis”, rápidos e fáceis de utilizar.

Em suma, um doente com diabetes pode ter uma vida longa e dita “normal”, desde que:

  • Os seus níveis de açúcar sejam controlados o mais precocemente possivel;
  • Mantenha ou atinja um peso saudável, com a adoção de uma dieta equilibrada e a prática regular de exercício físico;
  • Não fume, ou deixe de fumar;
  • Controle os valores de pressão arterial e mantenha níveis adequados de colesterol no sangue.
  • Todas estas medidas evitam o aparecimento de complicações da diabetes (nomeadamente doença coronária – enfarte do miocárdio e angina de peito; acidente vascular cerebral; pé diabético; doença renal; retinopatia diabética / cegueira; disfunção sexual) e permitem que o doente viva mais e melhor!

Revisão Científica: Dra. Maria João Matos, Médica Endocrinologista

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