Cirurgia robótica na artroplastia total da anca

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A artrose da anca (coxartrose) é uma doença que, na sua fase terminal, produz uma grande incapacidade, levando a enormes perdas quer na capacidade laboral, quer na qualidade de vida daqueles que dela sofrem. O seu tratamento é a cirurgia de artroplastia total da anca, onde se têm registado grandes avanços no desenho de implantes e métodos de fixação, encontrando-se as mais recentes inovações na cirurgia auxiliada por tecnologia robótica.

De uma fase inicial em que a sua aplicação se limitava a doentes com idade mais avançada e já com uma vida mais sedentária e inativa, a implantação da artroplastia total da anca abrange, atualmente, um espectro alargado de pacientes em diversos grupos etários e com atividades de vida diária bastante mais exigentes, quer do ponto de vista laboral, quer do ponto de vista desportivo.

Ora, quanto maior a atividade e maior o tempo de vida útil, maior o potencial de desgaste e de futura cirurgia de revisão. Estas premissas aumentaram a pressão sobre a indústria no sentido do desenho das artroplastias e desenvolvimento de materiais, assim como suscitaram um interesse renovado na realização de artroplastias com um posicionamento próximo do ideal.

A cirurgia robótica em artroplastias pretende eliminar o erro humano no posicionamento dos implantes, tendo registado um enorme avanço ao longo dos últimos anos. Vários são os sistemas de robótica presentes no mercado, sendo o Mako SmartRobotics o mais difundido mundialmente.

Basicamente, o Mako funciona como um braço que é operado manualmente, com limitações de posicionamento pré-estabelecidas. É baseado em imagens de tomografia computorizada (CT) obtidas pré-operatoriamente, criando reconstruções tridimensionais da anatomia pélvica individual de cada doente, sendo obtidas imagens também de todo o fémur. Nesta fase, é elaborado um planeamento em que são determinados os implantes a utilizar e o seu posicionamento, de forma a recriar a anatomia própria de cada indivíduo e inclusivamente compensar alguma eventual dismetria pré-existente. O planeamento é, em seguida, apresentado ao cirurgião que o valida, sendo, durante a cirurgia, auxiliado pelo braço robótico, designadamente no corte femoral como na preparação acetabular.

A cirurgia robótica resultou claramente num melhor posicionamento dos implantes, nomeadamente a nível acetabular. Por outro lado, a dismetria, ou seja, diferença de comprimento entre as duas pernas após a cirurgia, também se demonstrou ser claramente inferior no grupo da cirurgia robótica. Os doentes que foram operados recorrendo a tecnologia robótica, reportam uma maior satisfação a curto e a médio prazo (até 5 anos), tendo também uma recuperação inicial mais rápida. Por outro lado, a cirurgia robótica não evidencia aumento de complicações, nomeadamente perda sanguínea, ossificação heterotrópica ou infeção.

Na minha opinião, desta vez, a robótica veio para ficar. O aumento considerável de implantes colocados tem vindo a exigir uma maior sobrevida dos mesmos, o que é obtido por duas vias – por um lado, pela melhoria de materiais e, por outro, pela otimização da sua colocação, o que só é possível pelo recurso ao auxílio da tecnologia, neste caso a cirurgia robótica. Por outro lado, a segurança que é obtida com a colocação de implantes de forma otimizada permite a reabilitação precoce, sem receios ou limitações que poderiam, de outra forma estar presentes, sendo possível, inclusivamente, dar alta ao doente no próprio dia da cirurgia, garantindo retorno à vida ativa com maior rapidez.

É nesta combinação entre uma reabilitação precoce mais fácil e o potencial de longevidade dos implantes que se verifica a mais-valia da cirurgia robótica. Quem sabe o que nos reserva o futuro!

Dr. André Sarmento | Ortopedista

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